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Instituto ELDORADO, Unicamp e Softex, a partir de iniciativa do MCTI, unem-se em Hub para estudar arquiteturas cognitivas em dispositivos móveis

A criação do Hub de Inteligência Artificial e Arquiteturas Cognitivas provém de recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e conta com aporte de R$ 7,6 milhões

Por Melina Marques
Avanti
Assessoria de Comunicação/Instituto ELDORADO

Segundo um estudo da Cornell University um adulto toma cerca de 226 decisões por dia somente em relação à alimentação. Em um país como o Brasil, onde há mais smartphones do que habitantes, pensar sobre como os dispositivos móveis podem nos ajudar a tomar decisões mais assertivas e inteligentes é um desafio em experimentação.

Por iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com coordenação da Softex, e execução do Instituto ELDORADO e da Unicamp, foi criado o Hub de Inteligência Artificial e Arquiteturas Cognitivas com o objetivo de desenvolver e disseminar conhecimento sobre tecnologias capazes de integrar diversos recursos de inteligência em dispositivos móveis, tornando-os hábeis em tomar decisões.

“A área de inteligência artificial hoje em dia é muito boa para resolver problemas isolados. No entanto, quando precisamos integrar essas informações para agir em situações mais complexas, ainda nos deparamos com diversos elementos fragmentados. A ideia das arquiteturas cognitivas é dar um passo à frente, pensando em como realizar essa integração e construir uma criatura inteligente”, afirma Esther Luna Colombini, professora do Instituto de Computação da Unicamp.

A capacidade cognitiva do ser humano está relacionada com a ação de acumular e processar informações adquiridas durante a aprendizagem. Segundo a pesquisadora, a ideia é que um smartphone cognitivo, por exemplo, tenha a capacidade de agir de acordo com os dados obtidos por meio da observação das ações do usuário.

“Há várias coisas acontecendo o tempo todo e o ser humano só consegue prestar atenção naquilo que é necessário para sua sobrevivência ou no que é importante para ele naquele momento. Um dispositivo móvel, dotado de memória, atenção multifocal, histórico de dados e capacidade de previsão é capaz de nos ajudar a entender qual é a melhor decisão a ser tomada. Um exemplo prático seria um celular conseguir compreender, por meio do movimento do usuário, por seu histórico de ações e pela sua localização, que naquele momento ele está em uma reunião importante e que não deve ser interrompido”, completa.

O Instituto de Computação (IC) e a Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp junto ao ELDORADO farão parte da execução do projeto, enquanto a Softex ficará responsável pela gestão e manejo dos recursos advindos da Lei de Informática.

“O Brasil, país que mais contrata profissionais de IA no mundo, segundo estudo realizado pela Universidade de Stanford, tem procurado se posicionar de forma cada vez mais competitiva na corrida pela liderança na aplicação de IA em negócios. Esse Hub é mais um importante passo nesse sentido. Há muito a crescer em um setor que tende a evoluir cerca de 20% ao ano até 2025, de acordo com o BCC Research”, destaca Diônes Lima, vice-presidente da Softex.

Para o professor do IC da Unicamp, Leandro Villas, o projeto oferece alto potencial de geração de pesquisa disruptiva. “Há a possibilidade de alavancar diferentes nichos tecnológicos e de inovação com geração de publicações, patentes de alto impacto e formação de pessoal altamente qualificado para o ecossistema de tecnologia do país em geral”, afirma.

Os pesquisadores da Unicamp, divididos entre cinco linhas de pesquisa, irão se debruçar em produzir e disseminar o conhecimento tecnológico, enquanto o ELDORADO desenvolverá os protótipos das aplicações.

“Com as sugestões de algoritmos obtidas por meio da pesquisa, traremos essa experimentação para o mundo mobile. Esperamos entender quais elementos de arquitetura que, quando colocados dentro de um telefone, torne-o capaz de atuar de forma inteligente”, explica Mário Henrique Reino Cintra, gerente de P&D do ELDORADO.

A Motorola, uma das 40 empresas que apoia o MCTI Futuro, programa realizado pelo MCTI e coordenado pela Softex, que visa promover a capacitação tecnológica em larga escala de pesquisadores e estudantes em tecnologias emergentes, destaca a importância do projeto.

“Nós acreditamos muito no protagonismo dos smartphones na vida das pessoas. As tecnologias que serão pesquisadas e desenvolvidas pelo Hub serão de fundamental importância para oferecer uma tecnologia ainda mais inteligente para todos os consumidores, aumentando a produtividade das pessoas e a conectividade de todos. Isso ganha ainda mais importância no cenário mundial de pandemia que estamos vivendo. Estamos bastante entusiasmados com este projeto.” Alexandre Olivieri, Diretor de Desenvolvimento de Software e responsável pela área de Inteligência Artificial da Motorola Brasil.

A expectativa é de que mais de 50 pessoas trabalhem no Hub, entre alunos de graduação, mestrado e doutorado, pós-doutores e professores da Unicamp, além de oito profissionais do ELDORADO. As chamadas para o programa de pós-doutorado serão abertas em breve. Já o ELDORADO espera contratar seis desenvolvedores para completar o time de oito profissionais.

 

 

 

 

 

 

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