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Cerca de 70% das empresas industriais investiram em inovação em 2021

Por Redação Softex

Segundo dados da Pesquisa de Inovação Semestral (PINTEC) – Indicadores Básicos, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de inovação das empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas foi de 70,5% em 2021. Além disso, mais de 58% delas pretende aumentar investimentos em pesquisa e desenvolvimento em 2023.

Realizada via Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o IBGE, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esse levantamento tem como objetivo produzir uma nova geração de indicadores setoriais e nacionais sobre inovação e tecnologia para o setor industrial brasileiro e entrevistou 1.454 empresas industriais dos setores extrativos e de transformação.

Para o presidente da ABDI, Igor Calvet, o estudo traça uma fotografia real do momento e consegue, dinamicamente, mudar a forma de atuação da gestão pública e das empresas brasileiras. “A pesquisa é uma novidade estrutural, perpassa governos, é para o Estado brasileiro. Ele tem o condão de ser um marco para aprofundarmos as políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação no país”.

O setor químico foi o que mais realizou inovações, com um universo de 87% das indústrias. Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (86,5%) e Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (84,7%) também se destacaram. As taxas de inovação mais baixas foram nas atividades de Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (54,6%), Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (51,6%) e Fabricação de produtos de madeira (42,6%).

Em 2021, 33,9% das empresas investiram em P&D. Nos setores de equipamentos de informática, produtos químicos, farmacêutica e farmoquímica, a taxa supera 60%. Em 2022, 37% das empresas inovadoras pretendiam aumentar os dispêndios em P&D em relação ao realizado em 2021.

Fatores de natureza predominantemente econômica foram os mais apontados como dificuldade para mais da metade das empresas inovadoras, quais sejam: Instabilidade econômica (57,1%), Acirramento da concorrência (53,0%) e Capacidade limitada dos recursos internos (50,5%). A Escassez de recursos públicos e Mudanças nas prioridades estratégicas das empresas inovadoras foram fatores apontados por um percentual bastante semelhante: 47,7% e 47,5%, respectivamente.

Nas empresas não inovadores, os principais obstáculos apontados foram os mesmos das inovadoras, porém em menores proporções: Instabilidade econômica, Capacidade limitada dos recursos internos, Acirramento da concorrência e Baixa atratividade da demanda foram indicados por, respectivamente, 31,3%, 29,4%, 29,4% e 29,2%.  Ressalta-se que foram as empresas de menor porte que apontaram maiores obstáculos para inovar.

A PINTEC Semestral apontou que 58,4% das empresas inovadoras planejam aumentar seus dispêndios em 2023 com relação a 2022. Mais uma vez, as empresas das atividades de Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos despontaram como as que mais desejam investir em P&D em 2023 (96,4%), seguidas das empresas de Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados (87,8%). Observa-se também que 41,4% das empresas pretendem manter os dispêndios em 2023 e apenas 0,2% têm a intenção de diminuir.

O professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador acadêmico da PINTEC Semestral, João Carlos Ferraz, explica porque o projeto é inovador. “Ele inova do ponto de vista institucional, de planejamento e previsibilidade e na questão temporal. Empresas, institutos de pesquisa e a Administração Pública terão informações de qualidade e tempestivas para desenhar seus planos estratégicos, para acompanhar e monitorar se o que estão fazendo tem sentido ou não. Informação de qualidade é um luxo necessário”, conclui.

 

 

 

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