Por Karen Kornilovicz, repórter Softex
Começou nesta quinta-feira (23), com reuniões de matchmaking “one to one” com potenciais clientes e/ou parceiros espanhóis e uma visita ao Dfactory, o maior centro de inovação industrial de Barcelona, a segunda fase do Programa de Internacionalização para a Espanha, que visa apoiar de forma estruturada empresas de software e serviços de TI, startups e scale ups interessadas em expandir suas operações para o país.
A iniciativa é do Projeto Brasil IT+, parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e da Softex, e conta com o apoio do Consulado do Brasil em Barcelona no âmbito do Programa de Diplomacia da Inovação.
A Espanha é o 29º país mais inovador do mundo segundo o Índice Global de Inovação 2022. Possui mais de 20 mil startups e 14 unicórnios. As cidades de Madri e Barcelona estão entre os dez maiores hubs de inovação da Europa.
O Dfactory é um projeto liderado pelo Consórcio de la Zona Franca de Barcelona cujo objetivo é a promoção e desenvolvimento da indústria 4.0, propiciando um ecossistema de atração de talento, tecnologia e investimento em um espaço único que tornará a cidade uma referência em inovação e economia digital. O empreendimento, que ocupará uma área total de cerca de 100 mil m2, recebeu um investimento inicial de € 25 milhões de um total estimado de € 100 milhões até a sua conclusão.
Acompanhados por Jéssica Dias, líder de Projetos Internacionais na Softex, representantes das empresas brasileiras Argotechno, R2U, Ilegra, Evo Systems, KnowCode, Kymo, Venko, Smartspace, Pulsus e Trackage foram recebidos por Pere Navarro, presidente do Consorcio da Zona Franca de Barcelona, para uma visita ao Centro de Inovação DFactory para apresentação das áreas de Robótica, Impressão 3D e Inteligência Artificial (AI).
Para Jéssica Dias, “o grande ganho deste primeiro dia foi a oportunidade de conhecer em profundidade o mercado espanhol de tecnologia, o ambiente de negócios do país e as oportunidades de investimento e captação de talentos, informações essenciais para que os empresários brasileiros possam avaliar a melhor e a mais econômica estratégia de entrada na Espanha. Outro ponto importante – e que também gera muito valor – é a interação e o compartilhamento de experiências entre as empresas da delegação que se apoiam na jornada de internacionalização”, destaca.
“Descobrimos que o mercado de logística espanhol tem ainda muitas oportunidades para digitalização e, ao apresentamos o escopo de nosso trabalho nas reuniões de matchmaking com a Logisber e a BCL, responsável por toda a organização do complexo logístico da Catalunha – incluindo portos, aeroportos e armazéns, verificamos o quanto a nossa solução é aderente e pode colaborar para uma rápida transformação digital desse segmento”, destaca Victor Hugo, CEO e founder da Trackage, startup de otimização logística que tem entre seus clientes DHL, 3M e Whirlpool.
No período da tarde, foi realizado o seminário “Como fazer negócios na Espanha como porta de entrada a Europa”, com as participações de Francisco Arbós, CEO da Executive Partners e diretor-executivo da Câmara de Comércio Brasil-Catalunha; Javier Andrés, consultor especializado em tecnologia; bem como de representantes do Banco Santander, Mapfre e Nel-lo.
Na oportunidade, foram detalhados o setor de tecnologia da Catalunha e o programa de soft landing para empresas brasileiras, incluindo estudo de viabilidade, serviços de imigração para empreendedores e expatriados, criação de sociedade, processo de abertura de contas bancárias e mitigação de riscos para novos empreendimentos.
A agenda de atividades do Programa de Internacionalização para a Espanha prossegue nesta sexta-feira com uma visita ao Consulado do Brasil em Barcelona, quando o Cônsul Geral Clemente Baena apresentará o ecosistema de tecnologia e Inovação da Catalunha, e será encerrada à tarde com uma visita à ALBA Synchrotron liderada por seu diretor, Alejandro Sánchez.
A ALBA é um complexo de aceleradores de elétrons para produzir luz síncrotron, que permite a visualização da estrutura atômica da matéria, bem como o estudo de suas propriedades. Está em operação desde maio de 2012 e conta com 10 linhas de luz capazes de realizar experimentos em diferentes áreas científicas: física, química, ciências da vida, ciência dos materiais, patrimônio cultural, biologia, nanotecnologia, entre outras. Esta infraestrutura científica produz cerca de 6.000 horas de feixe por ano e está disponível para o setor acadêmico e industrial, estando preparada para atender a mais de 2.000 pesquisadores todos os anos.