De acordo com a pesquisa “IA Generativa: O que os consumidores desejam”, realizada pela Thoughtworks com 10 mil consumidores de 10 países, o Brasil é o segundo país mais entusiasmado com a Inteligência Artificial Generativa, atrás apenas da Índia. O terceiro lugar ficou com Singapura. Esse otimismo já não é compartilhado pela Alemanha, Países Baixos e Reino Unido.
Mesmo com dúvidas, 67% dos brasileiros entrevistadas estão mais propensos a comprar de uma empresa que usa IA Generativa em seus processos. No entanto, é importante que as empresas sejam transparentes (86%) e proativas (93%) em como os dados são usados. Além disso, 95% das pessoas acreditam que as marcas poderiam utilizar a tecnologia para serem mais inovadoras.
Os números refletem a expectativa de que as corporações utilizem esses modelos para aprimorar ideias e serviços e que seja oferecida uma experiência personalizada ao usuário. Para 54%, entretanto, a falta de toque humano nos negócios pode desmotivar a compra.
Apesar do sentimento positivo entre os brasileiros, o assunto também desperta receios com o possível uso indevido de dados, disseminação de fake News e vieses preconceituosos.
“Muitas pessoas têm um celular de última geração, mas não sabem como aproveitar tudo o que ele oferece. Acontece o mesmo com a Inteligência Artificial Generativa. É uma tecnologia em ascensão com bastante espaço a ser explorado e o desconhecido acaba gerando receio”, explica Rosi Teixeira, Diretora de Tecnologias Emergentes e Comunidades da Thoughtworks Brasil.
Preocupações com a segurança de dados, ética e privacidade
A manipulação de dados sem consentimento está entre os maiores receios dos entrevistados (74%), seguido pela desinformação (64%), conteúdo prejudicial (57%), plágio (54%) e preconceito (43%). Entende-se, portanto, a necessidade de haver um equilíbrio entre a busca pela inovação por meio da Inteligência Artificial Generativa e sua utilização responsável.
A pesquisa aponta ainda que os impactos às empresas causados pelo uso indevido da IA Generativa devem incluir danos à reputação (65%) e questões legais e regulatórias (64%).
Para que a IA Generativa atinja todos os seus potenciais com sucesso e promova uma inovação adequada, as empresas precisam assegurar um uso responsável e ético. Isso porque o estudo mostra que 94% das participantes afirmaram terpreocupações éticas em relação ao uso da tecnologia.
Regulamentações devem trazer consequências a quem não as segue
Neste cenário, as regulamentações entram como medidas necessárias para responsabilizar o uso indevido e inapropriado da IA Generativa. 72% dos entrevistados esperam que as leis sejam capazes de garantir que as empresas deixem claro como os dados são usados, enquanto 64% querem que as regulamentações exijam transparência proativa das corporações.
Apesar dos desejos de uma regulamentação adequada, 54% não confiam que as empresas possam cumpri-la. Portanto, o papel dos governos em incentivar a justiça, a inclusão e a responsabilização na concepção e implementação da GenAI é fundamental.
Regulamentação
Os dados globais apontam que há interesse na IA Generativa em todo o mundo, já que 72% dos entrevistados mostram-se entusiasmados com este assunto e 68% afirmam que é essencial que a regulamentação não desencoraje a inovação empresarial.
A maioria (90%) concorda que as regulamentações governamentais são necessárias para responsabilizar as empresas pela forma como usam a IA Generativa. Se uma empresa falhar em incorporar responsabilidade e ética em sua utilização, 93% das consumidoras entrevistadas acreditam que ela corre o risco de enfrentar prejuízos, como questões legais e regulatórias (65%) e danos à reputação (65%).
Com isso, os negócios precisam ser transparentes sobre o uso da IA Generativa, caso contrário, correm o risco de perder clientes atuais e prospecções. A maior parte das pessoas consumidoras (85%) preferem organizações que mantém transparência e igualdade no uso da IA Generativa.
A pesquisa também aponta que 68% acreditam que os negócios devem continuar inovando com a IA Generativa em um ritmo acelerado enquanto regulamentações efetivas são desenvolvidas pelo governo. E para que as organizações usem essa tecnologia de forma responsável, os consumidores acreditam que as regulamentações devem especificar às empresas de que forma os dados são usados (68%), garantir que não haja conteúdo ilegal sendo gerado (63%) e divulgar quando o conteúdo foi gerado por IA Generativa (62%).
IA para conquistar o coração dos consumidores
Conforme demonstrado por pesquisas, os consumidores estão inclinados a apoiar o uso de IA Generativa por empresas visando melhorar a experiência de interação com as marcas.
Um caso de uso com alto potencial é a hiperpersonalização, uma estratégia que utiliza dados e algoritmos inteligentes para adaptar experiências de forma altamente personalizada para cada usuário. A pesquisa aponta como casos de sucesso uma empresa do setor financeiro no continente asiático conseguiu aumentar seus depósitos em mais de 40%, enquanto outra empresa do ramo de moda na Europa aumentou a receita média por usuário em 17%, adotando a abordagem de hiperpersonalização.
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