Painel no Web Summit Rio 2025 destaca a equidade de gênero como motor de inovação e desenvolvimento

No terceiro dia do Web Summit Rio 2025 — maior evento de tecnologia e inovação da América Latina — o painel “Impulsionando o crescimento por meio da equidade de gênero” reuniu importantes lideranças femininas do setor para debater os desafios e as oportunidades na construção de um ecossistema mais diverso e inclusivo.

Amanda Graciano, CEO da Trama; Camila Moletta, Co-founder & CEO da MORE GRLS; Grazi Sbardelotto, VP de Marketing Cloud da Pmweb; e Catarina Burguete, da comunidade Web Summit trouxeram dados de mercado, experiências pessoais e reflexões que mostram como a equidade de gênero transcende a pauta social e se estabelece como uma estratégia essencial de negócios.

Segundo o estudo “W-Tech – O panorama da participação feminina no setor de TICs”, elaborado pelo Observatório Softex, laboratório de ideias voltado à formulação de políticas públicas e inteligência estratégica para o setor de TICs, as mulheres representam 32,5% da força de trabalho em TI no Brasil, mas ainda enfrentam uma defasagem salarial média de 15,6% em relação aos homens. Na formação acadêmica, elas ocupam apenas 16,5% das matrículas em cursos de TI.

“No atual contexto econômico e geopolítico que o mundo está enfrentando, é importante lembrar que, no fim das contas, quem fica para salvar o mundo são as mulheres”, afirmou Amanda Graciano, CEO da Trama, fazendo um chamado à valorização do papel histórico das mulheres na construção de soluções reais. Muitas vezes à margem da narrativa, elas são protagonistas invisíveis da inovação.

“A diversidade é uma estratégia, não uma cota”, reforçou Graciano, ao enfatizar que a presença feminina na tecnologia não apenas corrige desigualdades históricas, como também amplia significativamente o potencial de inovação e competitividade das empresas.

Já Camila Moletta destacou que a diversidade começa na construção das equipes. “Não se trata apenas de preencher uma vaga, mas de enxergar o time como parte central da estratégia da empresa”, reforçou.

O painel também destacou a necessidade de dar visibilidade às contribuições históricas das mulheres na ciência e na tecnologia, muitas vezes ignoradas ou pouco reconhecidas ao longo do tempo. Nesse contexto, o Observatório Softex lembra de nomes como Ada Lovelace, considerada a primeira programadora da história por ter desenvolvido o primeiro algoritmo destinado a ser processado por uma máquina, ainda no século XIX. Ou de Hedy Lamarr, que durante a Segunda Guerra Mundial, desenvolveu um sistema de comunicação por salto de frequência que viria a ser a base para tecnologias modernas como o Wi-Fi, o GPS e o Bluetooth.

Fei-Fei Li, professora de ciência da computação em Stanford e uma das principais referências globais em inteligência artificial, também foi lembrada. Ela liderou o desenvolvimento do ImageNet, um dos maiores bancos de dados de imagens já criados, que revolucionou a forma como máquinas aprendem a reconhecer padrões visuais — marco essencial na evolução da IA moderna.

Ao valorizar essas trajetórias, cria-se um ambiente mais inspirador e representativo para as futuras gerações. Ampliar a participação feminina no setor é um passo decisivo para fortalecer a autonomia tecnológica do Brasil, gerar soluções mais completas e atender, de forma mais eficaz, às demandas de uma sociedade plural.

E o próprio Web Summit Rio tem colaborado para essa transformação. Dados divulgados pela organização destacam que 50% do público presente é de mulheres e que 50% das startups participantes desta edição têm fundadoras à frente dos negócios. 

Baixe gratuitamente a íntegra do estudo “W-Tech – O panorama da participação feminina no setor de TICs” clicando aqui.


Por Rayanny Nunes
Coordenadora de Inteligência e Design de Soluções da Softex

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