Um levantamento da PiniOn com 917 entrevistados em diferentes regiões do Brasil apontou um contraste significativo entre homens e mulheres no que diz respeito ao uso da inteligência artificial (IA). De acordo com o estudo, 43% dos homens afirmaram sentir-se à vontade ao utilizar essa tecnologia, índice que cai para 33% entre as mulheres. Entre os principais motivos da insegurança feminina está a preocupação com a perda de capacidade crítica ao interagir com sistemas automatizados.

A pesquisa também revelou que a insegurança vai além das questões de gênero. Um total de 45,6% dos participantes teme que a IA possa afetar negativamente seus relacionamentos interpessoais. Já 35,7% demonstram receio de serem substituídos por sistemas automatizados no ambiente de trabalho. A mesma porcentagem aponta dificuldades ou dúvidas quanto à própria competência para operar ferramentas baseadas em IA.

Mesmo diante desses receios, a adesão à tecnologia avança. Cerca de um terço dos entrevistados afirma utilizar recursos de IA com frequência. O uso é especialmente elevado entre os jovens de 18 a 24 anos, dos quais 70,5% recorrem à tecnologia para esclarecer dúvidas. Esse dado sugere que a familiaridade com a IA está fortemente associada à faixa etária e à exposição prévia a ferramentas digitais.

A percepção de transparência também influencia diretamente a confiança na IA. Segundo o estudo, 61,6% acreditam já ter interagido com inteligência artificial sem saber. Além disso, metade dos usuários precisa de pelo menos dois a três comandos (ou prompts) para obter respostas satisfatórias, o que indica certa dificuldade de usabilidade.

Para a PiniOn, o fator decisivo para aumentar o uso da IA entre os brasileiros não está na tecnologia em si, mas na forma como ela é comunicada e implementada. A adoção mais ampla dependerá da clareza quanto ao uso dos dados e da percepção de segurança e utilidade nas soluções baseadas em IA.

Por Karen Kornilovicz
Agência Softex