O Gartner prevê que os investimentos globais em tecnologia da informação (TI) alcancem a marca de US$ 5,43 trilhões (aproximadamente R$ 29,5 trilhões) em 2025. A estimativa representa um avanço de 7,9% em relação ao ano anterior, impulsionado por projetos de digitalização e uso crescente de inteligência artificial (IA) e inteligência artificial generativa (IA generativa). Apesar do crescimento, o ritmo dos aportes está sendo impactado pela instabilidade econômica e por tensões geopolíticas.
O segmento de infraestrutura de data centers deve liderar a expansão, com previsão de crescimento de 42,4%, totalizando US$ 474,8 bilhões (cerca de R$ 2,58 trilhões). A alta é atribuída à crescente demanda por servidores preparados para cargas de trabalho com IA generativa. Segundo o Gartner, esse tipo de servidor, praticamente ausente até poucos anos atrás, deve superar os modelos tradicionais até 2027. Outros segmentos também apresentarão crescimento: softwares (10,5%, US$ 1,2 trilhão), dispositivos (5,4%, US$ 720 bilhões), serviços de TI (4,4%, US$ 1,6 trilhão) e telecomunicações (2,1%, US$ 1,2 trilhão).
Apesar do cenário de crescimento, o Gartner identificou uma desaceleração nos primeiros meses de 2025. A chamada “pausa por incerteza” afetou diversos departamentos, incluindo TI, levando à suspensão temporária de projetos. A consultoria atribui essa postura ao aumento dos riscos globais, como choques econômicos (41%) e tensões geopolíticas (32%), que tornaram os líderes empresariais mais cautelosos.
Mesmo com a hesitação, 61% das empresas iniciaram o ano com recursos mais robustos do que em 2024, mas apenas 24% mantêm expectativas de encerrar 2025 com o cronograma de investimentos adiantado. O sentimento é compartilhado por empresas de diferentes setores, em graus variados, de acordo com o levantamento do Gartner.
A decisão de postergar novos aportes, segundo a consultoria, não está ligada à falta de orçamento — que permanece integralmente previsto —, mas a uma reavaliação estratégica. Segmentos como hardware e infraestrutura são os mais impactados, especialmente por pressões de custo e problemas nas cadeias de suprimento. Em contrapartida, despesas recorrentes, como serviços em nuvem e suporte gerenciado, seguem em ritmo mais estável.
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Por Karen Kornilovicz
Agência Softex
