Brics propõe IA em código aberto com regulação global

Durante a cúpula realizada no Rio de Janeiro no último dia 6 de junho, os países do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — emitiram uma declaração conjunta em defesa do desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial em código aberto. A proposta inclui a promoção do acesso amplo à tecnologia e um modelo de governança global que favoreça o compartilhamento entre nações, evitando a concentração de poder tecnológico.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, no encontro, a necessidade de garantir que a inteligência artificial não se torne um recurso restrito a países mais ricos ou a grandes conglomerados. Segundo ele, o grupo envia uma mensagem clara sobre a importância de uma estrutura regulatória que assegure o uso equitativo da tecnologia, com foco na inclusão digital e na soberania dos países do Sul Global.

A declaração oficial do Brics afirma que a inteligência artificial representa uma oportunidade estratégica para o progresso mundial. No entanto, para que seus benefícios sejam amplamente distribuídos, os países do bloco defendem que cada nação desenvolva regulamentações específicas. A proposta também aponta o papel da Organização das Nações Unidas (ONU) como coordenadora de uma governança internacional da IA, voltada ao uso não militar e à prevenção de fragmentações tecnológicas.

Entre os princípios destacados estão o incentivo à inovação aberta, o equilíbrio entre propriedade intelectual e interesse público, e o acesso igualitário aos dados. O texto ressalta ainda que a inteligência artificial deve apoiar o desenvolvimento sustentável, contribuir para a inclusão educacional, respeitar os direitos humanos e proteger os trabalhadores em um cenário de crescente automação.

A declaração final conclui que o avanço da inteligência artificial geral — sistemas capazes de executar tarefas humanas com autonomia e aprendizagem — deve ser conduzido com responsabilidade ética. O Brics se posiciona como um agente ativo na construção de uma governança mais equilibrada e representativa, especialmente para países em desenvolvimento que buscam reduzir desigualdades no acesso às tecnologias emergentes.


Por Karen Kornilovicz, com informações Agência Brasil
Agência Softex


Imagem Ricardo Stuckert

plugins premium WordPress
Rolar para cima