O setor de Inteligência Artificial tem registrado um crescimento expressivo no Brasil nos últimos dois anos. Segundo um levantamento da BigDataCorp, o número de empresas com referências diretas a IA em seus nomes aumentou em 857% entre 2023 e 2025, passando de 142 para 1.209 novos CNPJs. No total, o país já soma mais de 2.000 empresas formalmente vinculadas à área.
Esse movimento acompanha uma tendência internacional, visível também no aumento de registros de domínios com a terminação “.ai”, geralmente associados a empresas de tecnologia. De acordo com estimativas, o total desses domínios no mundo saltou de cerca de 31 mil em 2021 para quase 423 mil previstos para 2025 — um crescimento superior a 1.200%. No Brasil, o número de CNPJs relacionados à IA também mostra avanço consistente desde 2021.
A concentração geográfica das empresas também revela disparidades. São Paulo e Distrito Federal concentram 47% das empresas com atuação em IA, superando sua representatividade no total nacional de empresas. São Paulo lidera tanto em número de CNPJs quanto em volume de capital investido — com média superior a R$800 mil por empresa. Já o Distrito Federal, mesmo com menor participação geral, apresenta média de capital acima de R$200 mil por companhia do setor.
As regiões Norte e Nordeste seguem com participação modesta. Estados como Alagoas, Piauí, Roraima e Tocantins registram presença pouco expressiva e representam juntos menos de 0,7% do capital nacional investido em IA. O Maranhão é uma exceção relativa, com uma média de capital por empresa superior a R$100 mil, apesar do número ainda reduzido de negócios.
Apesar dos números impressionantes, especialistas alertam para a necessidade de se realizar uma leitura cuidadosa dos dados. Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, compara o momento atual ao período da bolha da internet, quando empresas adicionavam “.com” ao nome para ganhar visibilidade. Segundo ele, o uso do termo “IA” ainda não garante maturidade ou sustentabilidade, e muitas dessas empresas podem não resistir aos desafios do mercado nos próximos anos.
Por Karen Kornilovicz
Agência Softex