Apesar dos avanços, os números ainda evidenciam o desequilíbrio da sub-representação feminina na Indústria de Software e Serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (ISSTIC).
Em 2023, apenas 26,7% dos empregos no setor de tecnologia ao redor do mundo eram ocupados por mulheres. No Brasil, elas representavam 32,5% da força de trabalho em TI, mas ainda enfrentam uma defasagem salarial de 15,6% em relação aos homens. No campo acadêmico, a desigualdade também é evidente: somente 16,5% das matrículas em cursos de Tecnologia da Informação são de mulheres, segundo dados do estudo “W-Tech – O panorama da participação feminina no setor de TICs”, do Observatório Softex, um laboratório de ideias voltado à formulação de políticas públicas e inteligência estratégica para o setor de TICs.
Iniciativas de diversidade e inclusão vêm sendo implementadas por empresas e instituições de ensino, mas o desafio vai muito além da abertura de vagas: é preciso criar ambientes verdadeiramente acolhedores e oferecer oportunidades reais de crescimento e liderança para as mulheres na tecnologia.
Ampliar essa participação é muito mais do que uma questão de justiça social. É uma estratégia inteligente para o desenvolvimento econômico e para o fortalecimento da inovação. As mulheres são grandes consumidoras de tecnologia — e sua presença nos times de desenvolvimento traz uma pluralidade de perspectivas essenciais para criar soluções mais inclusivas, eficientes e representativas. Também é um passo decisivo para a autonomia digital do Brasil, reduzindo a dependência de talentos estrangeiros e fortalecendo o ecossistema de inovação local.
Neste 25 de abril, Dia Internacional das Mulheres na Tecnologia, que esse chamado não seja apenas uma data no calendário, mas o início de um compromisso concreto com a equidade, com a inovação e com o futuro que queremos construir no Brasil. Até porque sem “Elas”, a tecnologia jamais estará completa.
Por Karen Kornilovicz
Agência Softex