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Do Vale do Silício a Santiago do Chile

Em uma recente pesquisa realizada junto a 132 empresas do Projeto Setorial Softex/Apex-Brasil, cerca de 80% indicaram interesse em desenvolver negócios na região da América Latina. Em segundo lugar apareceu a América do Norte, região selecionada por 70% dos respondentes.  Porém, o que mais chama atenção na pesquisa é o fato de essas mesmas empresas apresentarem mais interesse em Santiago do Chile, cerca de 65% delas, do que no Vale do Silício, onde 55%  dizem ter  interesse em se expandir internacionalmente.

Tal análise não pretende diminuir a importância do Vale do Silício como capital mundial em inovação, com um ecossistema único que permite experimentar diferentes modelos sob uma visão global de mercado e competitividade. Na verdade, a presente pesquisa atenta para o fato da importância que o Chile tem assumido na região como plataforma de negócios não somente para a América Latina, mas para o próprio Estados Unidos. Até mesmo para compras públicas o Chile tem sido atrativo, vide os contratos que a MV, empresa de software para área da saúde, conseguiu por meio da plataforma chilecompra.

Segundo o Forrester, vários fatores têm contribuído para o sucesso do Chile, país que em termos de bens e serviços de tecnologia cresceu 11% a partir de 2013, alcançando um mercado de cerca de 11,6 bilhões dólares em 2014:

As políticas econômicas do país têm fomentado um crescimento econômico sólido. Com inflação moderada e um setor privado próspero, os empresários chilenos contam com um Tratado de Livre Comércio com os EUA, exportando produtos agrícolas, metais e até mesmo manufaturados para esse país.

Uma liderança política democrática eficaz tem contribuído para uma economia chilena saudável. Desde 1988, uma sucessão de governos democráticos implantou políticas que levaram ao aumento da renda per capita, ao desenvolvimento de negócios vibrantes, e a uma força de trabalho instruída e empreendedora.

Já o mercado de tecnologia do Chile é uniforme e equilibrado, com proporções relativamente semelhantes de gastos em equipamentos de informática, equipamentos de comunicação, software e serviços de TI. Ainda segundo o Forrester, a categoria de hardware continuará a ter o maior crescimento, de 12% para 16%, mas o mercado de software deve crescer 8% em 2015, com serviços de consultoria de TI crescendo a taxas semelhantes. Serviços de telecomunicações também devem crescer a taxas saudáveis de 9% para 11%, desempenhando papel importante em um país que se estende ao longo de uma grande parte da costa ocidental da América do Sul e é ligado a parceiros comerciais na América do Norte e Ásia.

Essa solidez do mercado tecnológico chileno costuma ter como vitrine o Chile Digital, congresso latino-americano de tecnologia que reúne mais de 200 expositores nacionais e internacionais de cerca de 25 países. Nesse congresso, empresários brasileiros do setor TI marcam presença em busca de oportunidades de negócios não só no Chile, mas na América Latina e EUA. Segundo Lecivania Martins, vice-presidente da DocSystemo Chile é uma alternativa mais próxima e viável para o estágio inicial de expansão internacional da empresa”. Além disso, durante o Chile Digital 2015 ela espera encontrar investidores para sua estratégia de internacionalização – “lançaremos no Congresso um modelo de franquias para América Latina com expectativas de captar investimentos para o nosso novo modelo de expansão”.

 

Por Sabrina Mendes, mestre em Estudos Internacionais pela Sorbonne Paris III e especialista em inteligência de mercado internacional do Projeto Setorial de Promoção de Exportações da Softex.

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