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O desafio enfrentado pelas mulheres do mercado brasileiro de TI

Por Ruben Delgado, presidente da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex)


As mulheres têm ampliado gradativamente sua participação nos mais diferentes setores da sociedade. A importância da presença feminina na construção de uma sociedade melhor é reconhecida não só como um direito básico, mas como uma decisão estratégica que um crescente número de organizações tem adotado, independentemente da área de atuação.

Infelizmente, essa tendência irreversível ainda não chegou ao mercado de TI brasileiro. Levantamento realizado pelo Observatório Softex detectou um dado extremamente preocupante: no período de 2015 a 2019, houve redução de 2,1% no número de trabalhadoras nos setores de Informação e Comunicação. No de Telecomunicações, a retração foi ainda mais intensa, com queda de 3%.

O estudo também apresenta outro dado preocupante, registrando uma significativa diferença entre os gêneros no tocante à remuneração. Nas atividades de prestação de serviços de informação, a média dos salários masculinos supera em incríveis 27,9% a dos femininos.

A pandemia também contribuiu para agravar esse quadro, uma vez que as mulheres nas áreas de ciência e engenharia relataram ter sido afetadas de forma desproporcional, com a diminuição de pelo menos 5% no tempo de pesquisa em comparação com os homens. O fenômeno não está restrito ao Brasil, com o Global Gender Gap Report 2021 afirmando que serão necessários 135,6 anos para fechar a lacuna de gênero em todo o mundo, contra os 99,5 apurados anteriormente.

É evidente que este é um quadro inquietante que precisa ser imediatamente revertido. O Brasil já conta com um gap estimado superior a 400 mil postos de trabalho.  A solução passa, necessariamente, por esforços coordenados entre o Governo, a iniciativa privada e a academia. Nesse sentido, a adoção de políticas centradas no incremento da participação feminina no setor de TI de nosso país tem potencial não só para nos ajudar a superar a escassez de mão de obra na área, mas também para caminharmos no sentido de garantir uma maior igualdade de gêneros em um setor tão estratégico para o Brasil.

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