Outubro é o mês dedicado à conscientização da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, conhecido mundialmente como Outubro Rosa. No Brasil, a doença é o tipo de câncer que mais afeta mulheres, representando cerca de 30% dos casos registrados anualmente, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Além do alerta para o autocuidado, o Outubro Rosa também abre espaço para refletirmos sobre como a ciência, a inovação e a tecnologia estão transformando a forma de prevenir, diagnosticar e tratar o câncer de mama auxiliando milhares de mulheres em todo o mundo a terem acesso a informações e acompanhamento médico de forma mais ágil, precisa e personalizada.
Para as mulheres que atuam no ecossistema de tecnologia, esse movimento traz ainda uma outra dimensão: vislumbrar oportunidades de desenvolver ou apoiar soluções tecnológicas voltadas para a saúde feminina.
Femtechs: a bola da vez
O mercado de Femtechs no Brasil vem se consolidando como um segmento promissor dentro do ecossistema de saúde digital. Essas startups, voltadas para soluções de saúde e bem-estar feminino, atuam em áreas como maternidade, menopausa, saúde menstrual, sexualidade e diagnósticos médicos específicos.
Segundo levantamento do Inside Healthcare Report, existem atualmente cerca de 23 Femtechs brasileiras. Embora representem um número pequeno comparado às mais de 500 healthtechs mapeadas no país, elas mostram um potencial de crescimento significativo, impulsionado por demandas de mercado e pelo uso crescente de tecnologias digitais voltadas para mulheres.
Os investimentos também têm aumentado. Desde 2017, as Femtechs brasileiras receberam aproximadamente US$ 14,3 milhões (R$ 79 milhões), sendo que em 2022, aportes chegaram a US$ 10,2 milhões (R$ 57 milhões), um aumento de 560% em relação ao ano anterior. Apesar disso, o segmento ainda enfrenta desafios, como a baixa participação feminina na liderança de startups e a concentração de investimentos em apenas 3% das empresas de saúde digital.
Cuidar da saúde também deve fazer parte da jornada profissional feminina. A rotina acelerada e o acúmulo de responsabilidades muitas vezes fazem com que as mulheres coloquem o autocuidado em segundo plano. A tecnologia oferece novos caminhos para o cuidado, mas a prevenção continua sendo o passo mais importante.