Setor de TIC no Brasil deve crescer 6,53% em 2025, indica Observatório Softex

O setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil deve crescer 6,53% em 2025, alcançando aproximadamente R$ 355 bilhões, conforme aponta a quarta edição do “Relatório Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil: caracterização e trajetória recente”, produzido pelo Observatório Softex – unidade de pesquisa e inteligência estratégica voltada ao apoio à formulação de políticas públicas para TICs. Em 2024, esse crescimento foi de 5,7%.

Utilizando dados de fontes oficiais, o estudo faz uma análise abrangente do setor ISSTIC (Indústria de Software e Serviços em Tecnologia da Informação e Comunicação), considerando o mercado nacional e global, comércio exterior, formação profissional, caracterização das empresas, mercado de trabalho, pesquisa e desenvolvimento (P&D), startups e perspectivas futuras. Os dados visam subsidiar políticas públicas e apoiar as estratégias das empresas para fortalecer o setor.

Segundo o levantamento, o dispêndio em Serviços de TIC no Brasil deve alcançar R$ 685 milhões em 2025, com expansão gradual até cerca de R$ 896 milhões em 2030. A região Sudeste lidera os investimentos, representando 65% do total, enquanto o Norte detém a menor participação, com 1,9%.

No comércio exterior, o setor triplicou o volume de negócios entre 2015 e 2023, registrando crescimento expressivo em 2023. Para 2025, as exportações de Serviços de TIC estão estimadas em US$ 8,2 bilhões, com a Indústria de Software respondendo pela maior parte. Mas o déficit comercial deve aumentar para US$ 16,7 milhões até 2030.

Formação e os desafios da inclusão

O mercado de trabalho em TIC apresentou saldo positivo de mais de 36 mil vagas em 2024, com destaque para crescimento em Serviços de TI e Indústria de Software. A participação feminina permanece baixa, em torno de 19,2%. Os salários são 19,3% inferiores aos dos homens.

A formação acadêmica na área cresceu 55,3% entre 2013 e 2023, impulsionada principalmente pelo ensino a distância, que concentra 87,5% das vagas. No entanto, os índices de evasão e desempenho acadêmico continuam preocupantes, além das disparidades raciais: 52,4% dos trabalhadores se autodeclaram brancos, 25,5% pardos e apenas 6,2% pretos.

Perspectivas para o futuro da transformação digital brasileira

O Observatório Softex mapeou 514 Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), sendo 61,6% voltadas para Tecnologia e Comunicação, com forte concentração no Sudeste (36,1%) e menor presença no Centro-Oeste (9%). O investimento em P&D permanece em 1,05% do PIB, com previsão de atingir R$ 199 bilhões até 2030.

O financiamento é sustentado por mecanismos como FNDCT, Lei do Bem e Lei de Informática, esta última com peso predominante no Amazonas. Em 2024, houve queda de 0,7% no número de patentes (27.701), mas um avanço de 25,5% nos registros de software (5.312). As projeções indicam que os investimentos no setor podem ultrapassar R$ 890 bilhões até 2030, com destaque para a expansão da Indústria de Software.

Persistem, porém, desafios como concentração regional, déficit de profissionais qualificados, dependência de tecnologias importadas e barreiras regulatórias. O estudo recomenda missões nacionais em áreas como IA, semicondutores, 6G e cibersegurança; fortalecimento de fundos para deep techs; incentivo à pesquisa aplicada; e promoção da inovação aberta e do intraempreendedorismo.

“O Brasil está em um ponto de inflexão. Apesar dos avanços, para transformar o potencial tecnológico em desenvolvimento inclusivo e competitivo, é fundamental que Estado, mercado e academia articulem um projeto nacional de inovação com visão de longo prazo e políticas públicas baseadas em evidências”, avalia Rayanny Nunes, coordenadora de novos negócios da Softex.

Clique aqui para acessar gratuitamente a íntegra da quarta edição do “Relatório Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil” do Observatório Softex.

Por Karen Kornilovicz
Agência Softex

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