O Programa Conecta Startup Brasil promoveu nesta quarta-feira (16) o evento de encerramento de sua segunda edição, transmitido ao vivo pelo canal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no YouTube.
Participaram do encontro Alexandre Motta, gestor do Conecta junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Diônes Lima, vice-presidente da Softex; Isabela Gaya, gerente da Unidade de Difusão de Tecnologias da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); e Sheila Pires, diretora do Departamento de Apoio aos Ecossistemas de Inovação do MCTI.
Nesta segunda edição, o Conecta gerou números expressivos, tendo impactado positivamente mais de 120 mil pessoas, criado mais de 50 conexões entre empresas e startups e proporcionado 36 horas de speed datings, contando com mais de 1.300 participantes nas capacitações realizadas ao longo de 10 meses e distribuindo mais de R$ 4 milhões em subvenção econômica.
“O Conecta Startup Brasil é uma iniciativa estratégica do Ministério para promover o empreendedorismo e fortalecer o ecossistema de inovação no país. Além de impulsionar tecnologias emergentes como IA e IoT, o programa destaca a ciência como motor da inovação, mobilizando mestres e doutores para enfrentar desafios complexos. Seu impacto vai além dos números, refletindo-se nas conexões, soluções e no fortalecimento do ecossistema de startups do país”, explicou Sheila Pires, diretora do Departamento de Apoio aos Ecossistemas de Inovação do MCTI.
Ao longo do programa, mais de 190 desafios foram propostos por mais de 50 empresas, sendo 79% delas MPMES – de médio, pequeno e micro porte. Essa diversidade reflete a pluralidade do setor produtivo brasileiro e o programa desempenha um papel primordial ao democratizar a transformação digital e impulsionar a produtividade em todas as camadas empresariais. Esse movimento inclusivo assegura que o Brasil avance de forma equilibrada e sustentável, ampliando a competitividade do setor.
Para Isabela Gaya, gerente da Unidade de Difusão de Tecnologias da ABDI, ao promover a interação entre os desafios enfrentados pela indústria e as soluções de startups e equipes empreendedoras, muitas vezes provenientes de universidades e centros de pesquisa, é possível gerar novos produtos e processos que atendam às necessidades de diferentes indústrias, impulsionando o desenvolvimento do setor como um todo. “Essa prática de colaboração que reforça a tripla hélice da inovação é vital para o desenvolvimento sustentável da indústria. A inovação aberta permite que as empresas busquem fora de suas fronteiras soluções ágeis, criativas e tecnológicas, essenciais para o avanço de suas operações e, por consequência, para o crescimento econômico do país”, ponderou.
Alexandre Motta, gestor do Conecta junto ao CNPq, lembrou que a execução de recursos de fomento através de bolsas permite proporcionar apoio a mestres e doutores que, por sua vez, são essenciais para o desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades da sociedade. “Hoje, a subvenção econômica distribuída pelo Conecta Startup Brasil é um exemplo claro de como essas bolsas têm permitido que empreendedores permaneçam dedicados, gerando impacto positivo em nossas comunidades”, reforçou.
Inclusão e regionalização – Um dos maiores méritos do Conecta Startup Brasil foi sua capacidade de promover a inovação de forma inclusiva. Nesta edição, as mulheres representaram 40% dos empreendedores participantes, um avanço significativo. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades de inovar e liderar novos negócios no Brasil.
Outro importante diferencial do programa foi seu foco na regionalização. Ao contrário de muitas iniciativas que se concentram no eixo Sudeste, o Conecta Startup Brasil se destaca pelo compromisso em impulsionar o desenvolvimento em todas as cinco regiões do país, levando suas ações para além das áreas tradicionais de inovação.
Durante o evento, foi apresentada a iniciativa Conecta Startup Rio Grande do Sul, um projeto estratégico criado para revitalizar empresas de base tecnológica no Estado, gravemente afetadas pelas enchentes de maio. O programa visa apoiar a recuperação e o crescimento dessas empresas, oferecendo recursos e incentivos que impulsionem o ecossistema local de inovação.
Quatro startups foram selecionadas para o Conecta Startup Rio Grande do Sul e tiveram a oportunidade de se apresentar no encontro. A Fórmula 3D destacou sua tecnologia de impressão 3D, permitindo que hospitais desenvolvam terapias medicamentosas personalizadas conforme as necessidades de cada paciente. A Masima, por sua vez, combina biologia, computação e engenharia para democratizar o acesso à neuroimagem quantitativa de alta qualidade. A Auftek traz inovação ao desenvolver instrumentos laboratoriais inteligentes para análise microbiológica em tempo real, além de soluções para testes de inversores de frequência. Já a Pix Force, especializada em visão computacional, inteligência artificial e machine learning, apresentou suas soluções para interpretação automática de imagens e vídeos.
“Fomentando a inovação em todas as regiões, o programa contribuiu para o surgimento de novos polos produtivos, promovendo um Brasil mais equilibrado e inclusivo no desenvolvimento econômico e tecnológico. Isso não apenas reflete a diversidade do nosso país, mas também destaca nosso potencial para enfrentar os desafios do futuro, aproveitando as fortalezas regionais para construir um ecossistema robusto e inovador”, destacou Ruben Delgado, presidente da Softex.
O encontro foi encerrado com o reconhecimento das startups que mais se destacaram em suas regiões, com base nas pontuações atribuídas pela banca avaliadora. As startups premiadas foram: SIAPESQ, deep tech de IA focada em pesquisa ambiental e inovação em monitoramento satelital (Sul); Noleak, que desenvolve soluções inovadoras baseadas em IA para a área de Defesa e Segurança (Sudeste); Dyona, especializada em sistemas ciberfísicos (Centro-Oeste); Puba, solução sustentável para a produção de ativos vegetais (Nordeste); e Getter, que atua nas áreas de saúde, segurança do trabalho, gestão de processos e controle de qualidade com aplicação de IA (Norte). A avaliação dos pitches considerou os seguintes critérios: problema e solução; potencial de mercado, modelo de negócios e time.
“O programa Conecta nos proporcionou, além da parceria com a Copel no desenvolvimento da plataforma PhytoBloom, a validação de 18% do mercado hidrelétrico brasileiro, estimado em R$ 123 bilhões. Também obtivemos 15 cartas de interesse de empresas como Cemig e Norte–SA, responsável pela Usina de Belo Monte, a maior hidrelétrica do Brasil”, celebrou Talles Lisboa Vitória, oceanógrafo e CEO da SIAPESQ.
Por Karen Kornilovicz
Agência Softex