Startups que pensam global desde o início atraem mais capital e crescem mais rápido

Nesta terça-feira, 10 de junho, durante o Campinas Innovation Week, o estande do iRede recebeu a coordenadora de Inteligência e Design de Soluções da Softex, Rayanny Nunes, para uma palestra que trouxe uma provocação importante: “Inovação Sem Fronteiras: Por que sua Startup Precisa Pensar Global”.

Lembrando que 25% das startups morrem com menos de um ano de vida, e metade não sobrevive aos primeiros quatro anos, Rayanny comentou que focar apenas no mercado local pode comprometer até mesmo a sobrevivência das startups. “Mais de 90% das startups brasileiras ainda miram apenas o mercado nacional. Enquanto isso, o investimento global em startups foi de US$ 285 bilhões em 2023, contra apenas US$ 1,3 bilhão no Brasil”, destacou Rayanny.

Mais do que exportar, internacionalizar é repensar a base do negócio. Isso envolve desde desenvolver produtos com aderência internacional até atrair talentos remotos, buscar investidores globais e se inserir em ecossistemas de inovação fora do país. Empresas com essa mentalidade desde o início — as chamadas Born Global — são mais inovadoras, atraem mais capital, escalam mais rápido e usam tecnologia de forma estratégica para criar diferenciais competitivos.

Solução brasileira para o mundo

Um caso de sucesso citado por Rayanny foi o da brasileira Pipefy, fundada em Curitiba com uma missão ousada: não ser uma solução para o Brasil, mas para o mundo. Nos primeiros meses de operação, a startup já produzia conteúdo em inglês e adotava uma postura internacional, mesmo antes de ter clientes fora do país. A virada de chave veio com a participação no programa da 500 Startups, no Vale do Silício, onde o produto foi testado e validado com empresas globais.

Hoje, a Pipefy atua em mais de 150 países e tem na carteira nomes como IBM, Santander e Visa. A startup mostra que é possível pensar global mesmo com recursos limitados — mas exige clareza, consistência e uma cultura corporativa pronta para dialogar com o mundo. Entre as práticas que fizeram a diferença estão o marketing multilíngue, a participação em eventos internacionais e o investimento em um time fluente em inglês.

Antes de concluir, Rayanny apresentou estratégias práticas para a entrada em novos mercados e destacou as oportunidades do Brasil IT+, iniciativa da Softex em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). O programa apoia empresas brasileiras de tecnologia no processo de internacionalização, oferecendo suporte em ações comerciais, promoção de imagem e acesso a mercados estratégicos.

Ela também reforçou que a internacionalização não deve ser tratada como uma etapa final, mas sim como parte do planejamento desde o início. “Não espere estar grande para pensar global. O pensamento global deve nascer com a ideia, com o pitch, com o site, com o time”, concluiu.

Por Karen Kornilovicz
Agência Softex

plugins premium WordPress
Rolar para cima