- A região apresenta forte
potencial para se constituir em polo de desenvolvimento tecnológico,
podendo promover transformação na matriz econômica
- Para que isso ocorra, o estudo recomenda o desenvolvimento
de um ecossistema de empreendedorismo capaz de atrair investimentos para a
promoção de inovações tecnológicas
Com o objetivo de traçar um panorama da conjuntura econômica e das tendências no ecossistema digital na região Amazônica, o Observatório Softex anuncia o lançamento do estudo “Overview Econômico e de Inovação na Área de Atuação da Suframa”, que abrange os estados do Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia e os municípios de Macapá e Santana, no Amapá.
Realizado
em parceria com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) como
parte do Programa Prioritário de Fomento ao Empreendedorismo Inovador (PPEI), o
levantamento identificou 211 startups na região Norte, um número que representa
aproximadamente 2% do total de empresas de base tecnológica no Brasil. Destas,
72% nunca foram incubadas nem aceleradas e 86% não receberam nenhum
investimento. Apenas duas aceleradoras foram identificadas.
Para
o Coronel Alfredo Alexandre Menezes Júnior, superintendente da Suframa, as
empresas não questionam mais se as mudanças disruptivas devem ou não ser
implementadas. “A questão é quando e como elas se tornarão realidade. Nosso
objetivo é inserir, por meio da inovação e do empreendedorismo, as companhias
da região Norte nesse novo cenário, de forma a estimular novos vetores
econômicos tanto do ponto de vista do fomento à modernização da indústria,
quanto da geração de novos nichos de mercado e na direção do pleno
estabelecimento de um polo tecnológico na região”.
O
estudo do Observatório Softex constatou haver uma base industrial forte e
estruturada na Zona Franca de Manaus (ZFM), onde os negócios se mostram
rentáveis e as empresas investem em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O PIB
da região cresce a taxas mais aceleradas que no resto do Brasil e a força de
trabalho empregada tem níveis de escolaridade mais altos que a média nacional.
O
setor industrial responde atualmente por 25% do PIB das cinco unidades federais
que compõem a ZFM, mas desde 2017 é perceptível um processo de
desindustrialização.
Nesse
cenário, a tecnologia e o empreendedorismo podem colaborar de forma relevante
na ampliação da gama de produtos fabricados no Polo Industrial de Manaus (PIM).
Hoje, os setores eletroeletrônico, bens de informática, duas rodas e químico
respondem por 76% do total do faturamento. Ou seja: apenas quatro segmentos são
responsáveis por pouco mais de ¾ do total das vendas do PIM.
Uma
análise mais aprofundada por produtos revela que, em 2018, apenas três –
televisores com tela LCD, celulares e motocicletas – respondiam por mais de 40%
de todo o faturamento. Há, desta forma, potencial para ampliar a diversidade da
pauta dos produtos fabricados na região. E a inovação pode incidir
favoravelmente nesta transformação.
Bens
de informática são o segundo principal grupo de produtos do Polo Industrial de
Manaus em termos de faturamento, representando 21% da receita total. Entre 2013
e 2018, a taxa de faturamento cresceu em média 8%, acima da média de
faturamento geral das empresas do PIM (5,5%). Entretanto, ela ainda tem pouca
representatividade na pauta de exportação, apontando para uma oportunidade para
atingir novos mercados fora do Brasil, principalmente com a alta do dólar.
Em
relação à mão de obra, a maioria dos profissionais na região coberta pelos
incentivos administrados pela Suframa se encontra na faixa dos 30 a 49 anos de
idade (56%) e tem escolaridade média acima da nacional (26,1%). A participação
feminina aumentou 44%, mais que a dos homens (29%) nos últimos dez anos.
O
estudo ressalta ainda a necessidade de estímulo para o aumento do número de
formandos em áreas ligadas à Tecnologia da Informação (3%) e Engenharia (2,8%),
ambas relativamente abaixo de outras regiões e consideradas bases importantes
para o desenvolvimento de polos tecnológicos.
“É
visível o potencial da região para se constituir em um polo de desenvolvimento
tecnológico capaz de promover a transformação na matriz econômica e o acesso a
novos mercados. Mas, para tanto, é necessário o fomento à construção de um ecossistema
de empreendedorismo e à atração de investimentos para a promoção de inovações
tecnológicas, o que estamos fazendo via PPEI. Só assim será possível construir
uma nova mola propulsora para o progresso econômico e ampliar a competitividade
dessas cinco unidades da federação”, analisa Ruben Delgado, presidente da
Softex.
O
estudo “Overview Econômico e de Inovação na Área de Atuação da SUFRAMA” está
disponível para consulta gratuita em sua versão completa no endereço https://softex.br/inteligencia